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«As águas transparentes de lagoas de lendas de reis e
cidades ignoradas. Os infinitos verdes que matizam a paisagem. A profusão de flores
durante todo o ano. Os horizontes extasiantes de serra e mar. Os monumentos e museus. O
perfume convidativo de frutos tropicais. As fitas de areia das praias, as piscinas
naturais aninhadas entre rochedos. O inédito de saborear uma refeição cozinhada pelo
calor da terra. Pormenores do cenário entusiasmante que a ilha de São Miguel oferece a
quem a visita...e que cativam para sempre.
São Miguel, a maior ilha do
arquipélago dos Açores, tem uma superfície de 759,41 km2, com 65 km de comprimento e 16
km de largura máxima. A ilha é composta por dois maciços vulcânicos separados por uma
cordilheira central de baixa altitude. O ponto mais alto, pico da Vara, com 1.080 m,
situa-se no maciço oriental. As grandes crateras das Sete Cidades, Fogo e Furnas
apresentam maravilhosas lagoas de águas cristalinas. Está situada a 25º 30' de
longitude oeste e 37º 50' de latitude norte
O seu povoamento inicia-se em
1444, depois de o Infante D. Henrique ter mandado lançar gado em sete das ilhas do
arquipélago. A sua capitania foi entregue a Gonçalo Velho, cavaleiro e frade da Ordem de
Cristo. Os primeiros habitantes provieram das províncias da Estremadura, Alto Alentejo e
Algarve, vindo juntar-se, mais tarde, madeirenses, judeus e mouros e, possivelmente,
franceses (tradição presente no nome da freguesia da Bretanha).
A fertilidade do solo, a posição geográfica entre a Europa, a África e América
contribuem para uma rápida expansão económica, centrada no cultivo do trigo (que se
exportava para as guarnições portuguesas das praças do Norte de África), da
cana-de-açúcar, das plantas tintureiras pastel e urzela (exportadas para a Flandres), no
vinho e nos lacticínios. Um século mais tarde, a batata-doce, o milho, o inhame, o linho
e a laranja ampliam a produção agrícola da ilha.
Vitima de ataques de corsários franceses, Ingleses e argelinos durante o final do séc.
XVI e parte do séc. XVII. São Miguel é ocupada por tropas espanholas em 1582, depois da
derrota, frente a Vila Franca do Campo, de uma esquadra francesa, em que combatiam também
portugueses, de apoio a D. António, Prior do Crato, pretendente ao trono português. Com
a Restauração, em 1640, São Miguel recupera a sua posição de centro comercial
desenvolvendo contactos com o Brasil, para onde seguem colónias de emigrantes.
A laranja, exportada para Inglaterra, traz a São Miguel, desde o final do séc. XVIII,
uma grande prosperidade. Uma doença extermina os laranjais a partir de 1860, mas, em
breve, a capacidade de iniciativa local introduz novas culturas - tabaco, chá, espadana,
chicória, beterraba sacarina e ananás que garantem a sobrevivência económica e a que
vêm juntar-se, com o correr dos anos, indústrias diversas, o incremento da pesca e da
pecuária. Hoje São Miguel, um dos centros de decisão política e administrativa da
Região, é uma ilha com uma economia diversificado e em franco progresso.»
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